segunda-feira, 26 de maio de 2014

4U

E houve um dia em que tudo fazia sentido, em que meus sorrisos eram largos e meus copos cheios.
Nesse dias eu dancei como se não houvesse amanhã e pra ser sincera eu não ligaria se não houvesse, eram dias em que eu vivia o ali, o agora, eram dias em que a alegria era exagerada, em que os planos eram a curto prazo, era dia de ligar o carro pegar as meninas e ir, sem necessariamente saber para onde, mas ir!!!
Mas em uma dessas idas encontrei você, em uma dessas idas eu quis ficar.
E ao te ver ali tão cheio de si, puder perceber que o meu cheio de tudo, era um grande vazio de algo, que a alegria exagerada foi tomada por uma felicidade genuína, olhar seus olhos me fez esquecer os planos curtos e planejar a vida, aquela segurança de viver o hoje me deu medo de não ter o amanhã, e agora vivo em copos vazios e coração transbordando, ainda sem saber pra onde vou, mas a cada partida, meu caminho me leva até você.
E houve um dia em que nada fazia realmente sentido, mas agora faz.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Medo...

E o vazio me fez fazer planos, a falta do agora me fez querer o depois, a perspectiva de que o futuro era melhor, fez com que eu me agarrasse a esta ideia, a sensação de que tudo já havia sido feito aqui, me fez querer ir pra longe.
Mas então, tão repentino como um susto, tão inesperado como uma grande surpresa, tão obvio e intenso quanto deveria ser, me veio algo...
Algo que esvaziou todo aquele cheio do agora e preencheu todo vazio do aqui...
E com isso me veio o medo, o medo de ir e não poder voltar, o medo de não ter terminado, o medo de ser agora e não depois, o medo de não viver e viver e perder, me veio esse medo que me doi por dentro, me trava, me para...
Medo? Será medo? Ou é simplesmente todo meu ser me gritando que a vida é agora, me dizendo que planos podem ser moldados e sonhos substituídos, e se esse medo na verdade for aquele conflito que sempre esperei, aquele sinal de que as coisas estão começando e que não existe a necessidade de um ponto final e que sim, aqui, nesta história, podemos usar quantas virgulas quisermos, mas devemos ter cautela em relação as reticencias, por que este texto não é meu, não sou eu que escolho as pausas e é ai que me vem novamente o medo.
Perdi o controle, não é mais só minha, me da medo, medo de que talvez isso acabe antes de eu poder olhar para o medo e dizer que dessa vez ele venceu, mas que eu não me sinto derrotada, pois por mais que isso me de medo, eu tenho pavor de não viver o agora e continuar planejando...
Então se for medo que seja medo, se for agora que seja hoje, se for pra ser que seja meu, se for pra ir, que vá comigo...

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Que graça teria?

Ali cheia de certezas, vivendo a vida despreocupada, realizando com facilidade aqueles planos feitos ha tempos, levando as coisas do jeito certo!
É, esta definitivamente não sou eu, mas não se iluda achando que eu lamento por isso, ahh que graça teria se tudo fosse fácil, que graça teria se tudo fosse certeza?
Que graça teria se eu nunca tivesse errado? Se eu nunca tivesse me machucado?
Ahhh que graça teria se ao olhar pra ele eu soubesse que jamais iria perde-lo? Ai que graça teria não ter medo?
Talvez fosse mais simples, mas que graça teria a simplicidade se ela não fosse um desejo?
Que graça teria se o mundo conspirasse a seu favor? Ou se você jamais tivesse que olhar pra cima e desejar?
Que graça teriam meus sorrisos se eles não tivessem passado por um turbilhão de emoções até morrer ali, na minha boca, nos teus lábios?
Qual seria o sentido de tudo, se absolutamente fizesse sentido?
Ahhh que graça teria a vida se vive-la não fosse uma montanha russa de emoções descontroladas que nos guiam á uma incerteza certa, á um lugar seguro onde enfrentaremos nossos medos, mataremos nossos dragões, derrubaremos os muros, abaixaremos a guarda, colocaremos nosso coração na frente sem escudo, pronto pro que der e vir, pronto pra quebrar, mas se quebrar, iremos recolher cada pedacinho, com lagrimas nos olhos confesso, mas com a certeza de que não foi fácil, não foi simples, não foi dado, mas foi bom, foi seu, foi você deixando de lado a monotonia da certeza e se permitindo cair de cabeça na bagunça do E SE...