E quando é medo?

E quando é medo?
Medo de falar a verdade sobre você...
Medo de esquecer de vez aquela pessoa que fez parte de você, por medo de perder uma parte...
Medo de ser quem você é...
Medo de agarrar seus sonhos, com medo de acordar...
Medo de olhar para dentro...
Medo de sentir, por medo de doer...
Medo de acreditar nas tuas próprias palavras...
Medo do novo, por medo de ser como o antigo...
Medo de falar com você mesmo...
Medo de ser igual, por que você sempre se achou diferente...
Medo de gritar e alguém te ouvir...
Medo de amar, por medo do que vem com o amor...

E quando é medo de ser, medo de ter, medo de sentir, medo de pular, medo de cair, medo de soltar?
Ahh e quando é medo? E quando é esse medo de ser você, de ser quem você pode ser, de ser quem você quiser ser, é esse medo que te prende, que te cala, que te muda...

Larga de medo, larga de tudo, joga pro alto, solta, vive, cai, machuca, mas vai, larga de medo, vai ser quem você quer ser, porque você pode ser qualquer coisa e você sabe, só precisa parar com esse medo!

Meio fio.

E um dia eventualmente estaremos sentados entre a linha tênue que separa o que fizemos e o que faremos da vida, talvez neste momento possamos olhar para traz e ao avaliar toda a situação, levantaremos, bateremos a poeira do passado e a partir dali tomaremos um novo rumo.
Iremos retomar os sonhos perdidos, concretizar os objetivos que foram deixados de lado e nos tornar a pessoa que queremos ser.
Pode ser que neste dia as coisas fiquem claras, os erros tão imperceptíveis de ontem se tornem grandes elefantes brancos aos nossos novos olhos, talvez fique claro em que curva nos perdemos e o caminho para a volta seja sinalizado com placas neon, poderemos responder com clareza à perguntas como, o que eu fiz com a porra da minha vida ate agora? ou como eu me tornei este tipo de pessoa? Onde esta aquele sonhador incorrigível? Por que eu mudei tanto?
Neste momento sentado ali no meio fio da sua história, as respostas virão, tudo ficará claro e talvez a partir daquele instante você mude, você volte a ser quem você jamais deveria ter deixado de ser ou se transforme em um misto do seu antigo eu com o atual, talvez lhe sobre tempo para escrever uma nova história e fazer diferente, mas talvez não sobre.
Este momento mágico, você, a sua vida, o seu passado e todas as respostas, pode chegar tarde de mais para que você possa começar de novo, talvez o meio fio, a linha tênue, e todas estas analogias, te encontrem no fim da vida.
E ai? 

Guerra dos sexos?

E este texto é mais um daqueles que surgiram após uma conversa casual com as amigas, uma taça de vinho, algumas risadas e o desabafo habitual.
Nossas conversas geralmente são bem humoradas, trocamos confidência e gargalhamos de tais experiências.
Porém neste dia eu notei algo diferente, aquelas mulheres divertidas e despreocupadas estavam com um ar carregado e não tinham mais aquele brilho, algo definitivamente estava errado.
Somos amigas há anos, e há anos nos reunimos e compartilhamos tudo umas com as outras, obviamente não somos as mesmas de anos atrás, nossos assuntos mudaram, nossos objetivos mais ainda, mas dessa vez o que mudou foi algo que jamais imaginei que perderíamos, dessa vez o assunto é a descrença, o ar é cético, os diálogos carregados de mágoa e os olhos, aqueles mesmos que brilhavam ao narrar cada toque, cada beijo ou até ao derramar aquelas lágrimas de quando algo chega ao fim, estes mesmos olhos estavam apagados, como se não buscassem mais nada.
Chocou-me o quanto cada palavra era carregada de uma raiva generalizada, uma raiva do amor, uma raiva dos homens, uma raiva do que nos fazia sorrir, eram frases e frases atacando e generalizando, "homem não presta", "homem é tudo igual", "todo homem mente", "jamais confie em um homem" e quando notavam aquele meu olhar perdido, querendo defender a ideia oposta, debater, argumentar, elas bombardeavam a conversa novamente com exemplos, nos contando sobre o que o "cafajeste" do namorado de uma amiga fez com ela e coisas do tipo.
E este assunto se estendeu e então você via que isso havia tomado conta delas, as havia mudado, mas como culpa-las?
Confesso que hoje em dia esta difícil de se encontrar um bom exemplo de relacionamento, eu te amo é frase de efeito e o amor é brega, existem argumentos e mais argumentos embasados em porque não se envolver, homens dizendo que hoje em dia as mulheres estão muito atiradas, mas pegando geral, mulheres que intercalam entre reclamar que não encontram alguém para namorar, virar feminista extrema e acusar até o pedreiro que assoviou de estupro, ou aquele exemplo das minhas amigas, que defendem com unhas e dentes a ideia de que todo homem é igual.
Não me entendam mau, não estou criticando as mulheres que lutam por seus direitos ou pela sua sexualidade, este texto não é sobre feminismo ou machismo, mas abrindo brevemente parentese sobre este assunto, não concordo com nenhum dos dois, pois ambos são extremistas, denominar as coisas e coloca-las em padrões tão fechados é algo muito extremo é exagerado, e tudo que é de mais é errado, da errado, enfim fecha parentese, voltando ao assunto.
Será mesmo que todo homem é igual? Será mesmo que não existe mais um relacionamento onde se pode confiar em alguém? Podemos generalizar o fato de que absolutamente todo homem vai mentir, trair, enganar? Ou olhando por outro angulo, pois também ouço o desabafo dos meus amigos homens, será mesmo que toda mulher é fácil? Toda mulher é fútil? Será mesmo que é tudo, e quando digo tudo eu estou generalizando, mas será que tudo é sexo? É guerra dos sexos?
Por um instante eu levo tudo isto em consideração, reflito a respeito, avalio os argumentos e os fatos, mas então eu paro, eu não consigo, todo esse ceticismo não combina comigo, eu acredito no amor, acredito nas pessoas, acredito em exceções, obviamente também não sou aquela de anos atrás, não acredito em príncipe encantado ou relacionamento perfeito, assim como as minhas amigas mudaram eu também mudei, felizmente ou infelizmente não mudei da mesma forma, não acho toda essa padronização dos sexos algo a ser levado em consideração, as pessoas são diferentes, elas estão repletas de defeitos, medos e tabus, acreditar no amor é quase tão difícil quanto viver um, mas eu prefiro esperar por isso a vida toda do que simplesmente abrir mão de tal sentimento, e por mais que a vida tente me mudar, será em vão, pois já fui moldada e por escolha, escolhi o amor, não o amor idealizado, não o Shakespeariano, mas o amor de verdade, aquele que nos faz optar por dividir a vida com alguém que nos faça bem, e se o amor existe? Apenas enquanto houverem dispostos... Pois afinal...

"Os opostos se distraem os dispostos se atraem" - O teatro mágico.